A Associação de produtores de soja do Piauí e ambientalistas estão revoltadas com a aprovação da reforma do Código Florestal na comissão da Câmara dos Deputados. Para os produtores de soja do Piauí o novo código vai trazer prejuízo para o Estado por que impede o crescimento da agricultura, uma vez que determina a moratíria de 5 anos contra o desmatamento.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja – Aprosoja, Altair Fianco, o novo código Florestal só trará benefícios para os estados que já tem grandes áreas destinadas aos produtores rurais, enquanto que para os estados como o Piauí que tem grande potencial fica estagnado sem poder aumentar as áreas de plantio durante cinco anos.
Ele informou que o Piauí tem 25 milhões de hectares e apenas 3 milhões são aproveitados para a agricultura, com plantio de apenas 400 mil hectares, o que significa apenas 6% dos cerrado piauiense. Em cinco anos quase 2 milhões podem deixar de ser cultivados.
Para Altair os agricultores do cerrado estão fazendo o dever de casa o que desmistifica a ideia dos ambientalistas de que os produtores estão desmatando todo o cerrado. “Eu seria irresponsável se eu afirmasse que para produzir alimentos não mexe com o meio ambiente. Mas para produzir alimento é necessário que se altere o meio ambiente, Para se plantar o arroz que chega a nossas mesas é preciso tirar uma árvore, por isso é que a questão ambiental é preciso ser discutida com mais seriedade”, disse.
Segundo ele, no Rio Grande do Sul os produtores estão batendo palmas para a proposta, “porque lá não há mais possibilidades de ampliação das áreas de plantação. Com a nova lei eles continuam com as áreas regularizadas com o beneficio da nova lei enquanto que os produtores piauienses ficam de mão atadas”, afirma.
Altair Fianco esteve em Teresina para chamar a atenção dos deputados estaduais sobre os prejuízos para os piauienses, mas disse estar convicto de que a maioria dos deputados não conhece a gravidade do problema para os agricultores piauienses. Da mesma forma que o produtor criticou os deputados, critica também os ambientalistas que só falam em desmatamento e a maioria sem conhecer a realidade do cerrado. Altair disse que muitos ambientalistas criticam porque são apoiados por ONGs, muitas delas financiadas por políticos.
Ambientalistas não querem novo código
Enquanto o presidente da Aprosoja critica a reforma do Código Florestal, porque impede o crescimento das áreas de plantação durante cinco anos, os ambientalistas acreditam que essa cláusula seria uma forma de regularizar o desmatamento.
Para o ambientalista Francisco Soares a aprovação da reforma do código florestal na Comissão Especial foi um desastre para a biodiver-sidade brasileira, um desmonte para a lei 4.771/65, que decepcionou todos os ambientalistas do país. A esperança dos ambientalistas é que o projeto não passe no plenário da Câmara dos Deputados e se passar que seja rejeitado no Senado.
Ainda de acordo com ambientalista a aprovação da reforma será um retrocesso para o país que é signatário de várias convenções inclusive a Eco 92, no sentido de proteger as suas florestas, com a sua biodiversidade e seus biomas.
Esta proposta de desmontar o código florestal brasileiro interessa ao grupo que trabalha no agro negócio e nas monocultoras, não interessa ao agricultor familiar. O agricultor familiar já foi contemplado pela lei que protege a agricultura familiar. “O que estão querendo o agro negócio é destruir a área de reserva legal que era contemplado em torno de 20 a 30% em todos os biomas e 80% na Amazônia”, disse o Ambientalista.
Para o ambientalista o que costa na reforma que durante 5 anos as áreas de desmatamento não vai crescer é conversa falsa. Por isso é que nós temos a esperança que a sociedade brasileira faça barreira através do seu parlamentar para que vote contra a reforma.
Fonte: Diário do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário