Lavouras tradicionais são substituídas por plantio direto, com solo sempre coberto.
Elivaldo Barbosa/Cidadeverde.com
Os cerrados piauienses são considerados a última fronteira agrícola do país. São cerca de 5 milhões de hectares que estão sendo incorporados ao agronegócio através da produção de grãos em larga escala. Hoje, pouco mais de 400 mil hectares estão ocupados com lavouras de arroz, milho, algodão, milheto e soja, com safras anuais já próximas a 1 milhão de toneladas.
No município de Uruçuí, a 482 km de Teresina, uma inovadora experiência está mudando o estilo de exploração das terras nos cerrados. Nas lavouras, o plantio direto substitui o cultivo tradicional e deixa o solo sempre coberto com material orgânico, protegido da erosão e com umidade capaz de preservar as qualidades físicas, químicas e biológicas.
Outra inovação está sendo implantada pelo agricultor paranaense Altair Domingos Fianco. São os corredores ecológicos, que integram as áreas destinadas à reservas florestais. Antes, segundo Altair Fianco, cada produtor separava suas reservas sem a preocupação com o vizinho, formando ilhas de mata virgem, sem nenhuma ligação. Com os corredores ecológicos, a parte do cerrado livre do desmatamento ficou integrada, favorecendo a preservação da fauna e da flora na região. “A terra é nosso maior patrimônio, por isso temos que preservá-la”, defende Altair Fianco.
No município de Uruçuí os corredores ecológicos já integraram cerca de 20 mil hectares em propriedades vizinhas. Animais silvestres e espécies nativas dos cerrados estão sendo preservados. O projeto é motivo de estudos realizados por biólogos da Universidade Federal do Piauí e conquistou prêmio nacional de responsabilidade ambiental. “Nossa expectativa é expandir o modelo em toda a região de Uruçuí”, disse Altair Fianco. Hoje a área plantada no município é de aproximadamente 65 mil hectares.
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